terça-feira, 10 de maio de 2011

Vulcabrás, Felipe Neto e o Preço seria justo?

Olá caros leitores, hoje falarei sobre algo muito importante e que, graças ao sr. Felipe Neto, tem destaque entre pessoas jovens: A importância do Imposto de Importação (II) no país.
Esse jovem empolgado com suas necessidades fez um video de muito sucesso no youtube criticando a incidência do II sobre alguns produtos de "suma" necessidade, tais como Playstation, Tablets, DVD do Harry Porter, etc.
Entretanto, essa semana a Vulcabrás, uma das mais renomadas fábricas do ramo de calçados no país, anunciou o fim de sua produção na sua planta no Rio Grande do Sul. Motivo? Questões tributárias, aumento da participação de calçados importados no mercado interno, ônus trabalhistas, etc, etc, etc.
Dessa situação resultou em mais de 800 desempregados. Desse número pode-se multiplicar por três ou quatro, para determinarmos o número de pessoas que ficarão sem ter o pão nosso de cada dia, pois para cada trabalhador, temos uma família inteira dependente.
E a Vulcabrás? Ora ela assinou a compra de uma planta na Índia. E por qual razão? Lá os impostos são menores, não se paga, 13º, horas extras, férias, a mão-de-obra é muito mais barata, etc.
Assim, o que ela gastaria para produzir um calçado, irá cair em 60 ou 70%, de modo que poderia "importar" calçados a preços muito menores do que os das fábricas nacionais, prejudicando nosso mercado interno. Daí indago: "É justo?"
De modo algum, como seria justo uma indústria se aproveitar de mão-de-obra quase escrava e despedir quase mil funcionários, para lucrar mais e ter um acréscimo em suas vendas. Isso corrobora com a Desigualdade Social e com o Desequilíbrio na Balança Comercial.
E o que o senhor Felipe Neto diz? "É meu caralh...."
Ora toma vergonha moleque. Sua atitude é a prova inequívoca de que ignorância não tem limites (diria Antônio Carlos da Ponte, em outro contexto e assunto)
Ora o que esse nobre jovem fez, foi oferecer seu membro para os quase mil funcionários demitidos com suas respectivas famílias. Isso é justo? E o preço seria?
Ademais, o jovem identificou bem que o II é imposto Extra-fiscal, com as consequências e objetivos. Mas finge não entender o mecanismo, para formar opiniões moldadas, como se "programasse" cada internauta. Duvidas? Veja o video dele que trata de filas, tem até mensagem subliminar. Isso é justo? E o preço seria?
Outro dado de saltar os olhos, trata-se dos produtos citados por esse garoto, todos eles dispensáveis e de luxo. Ora, por qual razão ele não pleiteou um decréscimo nos impostos para produtos essenciais, tais como, alimentação, higiene e saúde? Ora, porque ele jamais teve que comprar um remédio para um avó doente, ou comer apenas o básico do básico em pouca quantidade, para poder dar o "pão que o Diabo amassou" aos filhos famintos.
Outro dado que esse cidadão omitiu, foi a essencialidade do produto como indexador do valor do imposto. Onde o que é mais essencial é taxado menos, e vice-versa.
Será que podemos discutir a essencialidade de um dvd do Harry Porter? Com certeza não.
Assim senhor Felipe Neto, espero que você vista a camisa da luta por um país melhor, com melhores condições em hospitais, em saneamento básico, em Direitos Humanos.
Pensar em tirar o II para o senhor adquirir seu celular ou video-game da moda, é ser egoísta ao extremo, as coisas não são tão singelas como o senhor acha. Aliás, pensando em suas falas, acabei de me lembrar de uma música punk nacional que fala sobre o Papai Noel. Ouça e reflita.
Não adote medidas egoístas e irresponsáveis como vem adotando. E mensagem subliminar?
Essa foi a mostra maior de covardia.

Aurelio Mendes

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Nessa guerra Santa, não há santos.




Essa semana muito se comentou sobre a possível morte de um dos mais temidos terroristas do mundo, Osama Bin Laden.
Era 01 de maio, quando os EUA noticiaram que, enfim, um de seus maiores inimigos havia sucumbido. Entretanto, pelo fato de que o corpo do Osama não ter sido mostrado, muitos põem em xeque tal afirmação.
Porém, o fato em tela tem que ser visto sob um outro ponto de vista, aquele em que os EUA querem que não enchergamos, e que o Mundo faz vistas grossas.
Em um primeiro momento ressalto que NÃO DEFENDO OU DEFENDI O OSAMA BIN LADEN, jamais o faria. Não sou simpático as suas ações, e muito menos o tenho como exemplo. Ocorre que é patente que para os EUA muita coisa não vale quando lhes fere interesse próprio.
Senão vejamos:
Os EUA acusaram Osama Bin Laden pelo fatídico 11 de setembro, dia no qual o mundo presenciou a sucumbência do World Trade Center e de parcela do Pentágono, e com eles, grande parte de orgulho e arrogância americanos, além de mostrar-nos que os EUA não é um país intangível, acima do bem ou do mal e que possuía e, possui vulnerabilidades.
Aqueles fatos, os atentados, revoltaram o mundo, pois civis foram mortos e feridos de modo cruel, sem que, ao menos, pudessem adotar qualquer conduta protetiva.
Mas é nítido que os EUA adotam, quando lhes convém, conduta idêntica, se dúvidas, vasculhe fatos passados, em tempos não tão remotos. A título de exemplo cito a invasão do Iraque. Tal ofensiva militar fora feita sob o pálio de que o Iraque era portador de grande quantidade de armas nucleares, químicas e militares. A ONU - órgão que defende nitidamente interesses dos EUA- afirmou que era contra, mas somente de boca para fora, pois internamente deu total apoio ao país invasor. Pois bem, os EUA invadiram, mataram, torturaram e não encontraram armas nucleares ou químicas quaisquer. Inclusive fizeram a prisão de um dos seus maiores inimigos Saddam Hussein, que, teve a morte filmada e divulgada amplamente, sem que alguém se opusesse a este fato. No Iraque soldados americanos mataram e violentaram civis Iraquianos.
Após essas ações brutais e injustificadas contra civis e prisioneiros de guerra, os EUA sairam ilesos. Aliás, sairam fortificados.



Outro fato incrivelmente cruel, foram as bombas de Hiroshima e Nagazaki. Ora, todos sabemos que as áreas atingidas eram civis, e que os EUA mataram pessoas indefesas, civis, entre homens, idosos, mulheres e crianças. Nesse episódio os EUA se mostraram covardes e os reais portadores de armas capazes de causarem genocídios.








Cito ainda a prisão de Guantánamo local feito unicamente para a prática de tortura, com o escopo de combate ao Terrorismo.
Como se vê, são inúmeros os exemplos dados nos quais os EUA figuram como exterminadores de civis, assim como o fora (ou é) Bin Laden.
Ao analisarmos a História, verificamos que os EUA estão longe, bem longe de serem mocinhos, na verdade são individualistas, justificando seus atos com o patriotismo.
Voltemos ao caso da semana, os EUA parecem que tiveram sucesso em uma ação militar, mas me pergunto, será que tudo não passou de um extermínio? Será que há interesses eleitoreiros por detrás da ação?
Como fora publicado no site Uol (http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2011/05/03/eua-usaram-afogamento-simulado-para-obter-informacoes-sobre-bin-laden.jhtm) os americanos lançaram mão da tortura para conseguirem informações precisas. E até onde sei, a tortura não é meio Democrático e humanitário de se conseguir provas, ainda mais para um país que se diz Democrático.
Ademais, a filha de Bin Laden teria afirmado que seu pai estava vivo e rendido pelos militares, mas que após a rendenção, fora exterminado na frente de toda família, sem qualquer esboço de reação (http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2011/05/04/filha-de-bin-laden-assegura-que-terrorista-foi-capturado-vivo-e-assassinado.jhtm).
Para mim, um país que se diz exemplo de cidadania, não pode lançar mão desses meios arcaicos de obtenção de prova, de julgamento e de punição. Sei sobre a Teoria defendida por Gunther Jackobs, o Direito Penal do Inimigo, mas em minha humilde opinião, aqueles que defendem a punição daqueles que ferem Direitos Humanos, não podem se abjurar adotando postura diametralmente oposta as suas assertivas.
Sei que pode soar estranho, mas se os EUA queriam Justiça, teriam que ter prendido o terrorista e o submetido a julgamento justo e não sigiloso, para após eventual condenação, se fosse o caso, submeter o terrorista a pena de morte.
Também não poderiam fazer um teatro como parece ter sido o Tribunal de Nuremberg, onde os EUA julgaram seus próprios inimigos, colocando em xeque qualquer imparcialidade, o que nos remonta as épocas da Inquisição.

Assim, não consigo enxergar com plenos bons olhos o que ocorrera essa semana, pois os EUA vêem adotando a cada dia posturas que eles próprios criticam, se essas forem contra seus interesses.
Também não creio que um julgamento e/ou exposição do corpo do Osama iria martirizá-lo, pois mártir ele já é, para aqueles que são simpáticos as suas ações e ideologias.
Como se vê, nessa Guerra "santa", não há santos.
Aurelio Mendes
@amon78